Astrônomos colombianos anunciaram nesta sexta-feira a descoberta de um vasto "cemitério de cometas" no Cinturão de Asteroides entre Marte e Júpiter, alguns dos quais podem voltar à vida graças à proximidade com o Sol.
Compostos por uma mistura de gelo e poeira, os cometas estão entre os menores objetos do Sistema Solar. Quando se aproximam da nossa estrela, o calor é tal que eles emitem gás e um rastro de poeira que refletem a luz do Sol. Este fenômeno é percebido como a "cauda" dos cometas.
A maior parte dos cometas observados tem órbitas muito elípticas, o que faz com que muito raramente se aproximem do Sol. Alguns, entretanto, fazem aparições mais frequentes, sendo o mais célebre o cometa Halley, que ressurge a cada 76 anos.
Normalmente considera-se que os cometas têm duas origens possíveis: o Cinturão de Kuiper, situado além de Netuno, e a Nuvem de Oort, localizada além de Plutão, muito distantes do Sol.
Mas os astrônomos descobriram nesta última década pelo menos 12 cometas ativos em uma terceira região do Sistema Solar, o Cinturão de Asteroides, situado entre Marte e Júpiter. As descobertas surpreendentes são objeto de estudo da equipe de Ignacio Ferrin.
Até o momento, esta região era considerada, principalmente, um depósito de objetos celestes constituídos essencialmente de rochas e metais, como os asteroides, restos de planetas destruídos em impactos.
"Imagine todos os asteroides passando em torno do Sol durante a eternidade, sem qualquer sinal de atividade", afirmou Ignacio Ferrin. "Nós constatamos que alguns deles não são na verdade pedras mortas, mas cometas adormecidos que podem voltar à vida se a energia que eles receberem do Sol aumentar", explicou.
"Estes objetos são 'cometas Lázaro', que voltam à vida após permanecerem adormecidos por milhares, talvez milhões de anos", acrescentou, em alusão ao personagem bíblico que Jesus fez reviver dos mortos.
Quando passam relativamente perto de Júpiter, o maior planeta do Sistema Solar, os cometas experimentam perturbações que modificam sua órbita. Isto pode diminuir a distância entre o cometa e o Sol e ser suficiente para fazê-los "despertar".
Segundo essa interpretação, qualquer um entre os milhares de vizinhos adormecidos dos "cometas Lázaro" pode potencialmente voltar à vida.
Os resultados foram publicados na revista da Sociedade Real de Astronomia britânica.
04/08/13
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