Vida em Marte ganha novo fôlego com nova revelação da NASA

novas descobertas em Marte - indicios de vida
Confira a tão esperada revelação da NASA sobre novos achados em Marte


O suspense sobre qual seria a revelação da NASA sobre novas descobertas em Marte chegou ao fim. Há alguns minutos, a agência espacial dos Estados Unidos revelou que a sonda Curiosity identificou uma variedade de moléculas orgânicas (os blocos primordiais da vida como conhecemos) em rochas marcianas de 3,5 bilhões de anos.



"Estes resultados não nos dão nenhuma evidência de vida", enfatizou a autora principal do estudo, Jennifer Eigenbrode, cientista da Divisão de Exploração do Sistema Solar no Goddard Space Flight Center da NASA. "Mas há uma possibilidade de que as moléculas orgânicas sejam de antigas fontes de vida. Nós simplesmente não sabemos", disse Eigenbrode. "E mesmo que a vida nunca tivesse existido, as moléculas nos dizem que havia pelo menos alguma coisa para sustentá-la."

Um segundo estudo revela ainda que o robô Curiosity detectou diferentes concentrações de metano no ciclo sazonal da atmosfera marciana. Essa descoberta sugere que este gás, que aqui na Terra é produzido principalmente por organismos vivos, está vazando de reservatórios subterrâneos, disseram membros da equipe de estudo. Poderia ser uma provável evidência de vida subterrânea em Marte?

perfuração feita em uma rocha marciana pela sonda Curiosity
Perfuração de duas polegadas de profundidade feita em uma rocha marciana pela sonda Curiosity.
Créditos: NASA / JPL-Caltech

Como os cientistas da NASA enfatizaram, essas descobertas não são evidência de vida. O metano, por exemplo, também pode ser produzido por processos geológicos, mas essa chance de que ele seja uma evidência da existência de vida em Marte é muito empolgante.




"Não podemos descartar a possibilidade de que o metano seja criado biologicamente", disse o principal autor do estudo, Chris Webster, pesquisador sênior do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA (JPL). "Não podemos dizer que foi, mas certamente não estamos descartando essa ideia. Então, de certo modo, isso é positivo para os astrobiólogos do mundo."

Os dois novos estudos foram publicados hoje (07 de junho de 2018) na revista Science.


Os blocos primordiais da vida

A caça a moléculas orgânicas em Marte não é uma novidade. Ela teve início nos anos 70, quando os pousadores Viking, da NASA, aterrissaram no Planeta Vermelho em busca de sinais de vida. Naquela época, as missões Viking revelaram resultados empolgantes, mas nada de moléculas orgânicas.

Agora mais recentemente, em 2008, a sonda Phoenix, da NASA, encontrou compostos químicos que continham cloro, o que poderia destruir moléculas orgânicas.




Em 2012, a sonda Curiosity descobriu que a Cratera Gale abrigou um sistema de lagos e fluxos de água líquida em Marte a bilhões de anos atrás, ou seja, um local potencial para abrigar alguma forma de vida. Curiosity também detectou moléculas orgânicas de forma rápida e eficiente, através do instrumento SAM (Análises de Amostras em Marte). SAM identificou hidrocarbonetos clorados, como clorobenzeno e diclorobutano, em amostras do solo perfurado.


As novas descobertas

Agora, o novo estudo deixa ainda mais claro o quão abundante são esses compostos orgânicos em Marte, não deixando dúvida alguma de que o Planeta Vermelho possuía (e possui) os blocos essenciais para a construção da vida.

moléculas organicas encontrada sem Marte - indicio de vida
Um local de perfuração chamado Mojave, em Marte, onde uma das duas moléculas orgânicas
produtoras de querogênio foi encontrada em Marte.
Créditos: NASA / JPL-Caltech

O segundo estudo, sobre o metano, utilizou dados de 5 anos registrados pelo instrumento TLS (Espectrômetro de Sintonia a Laser), e revelou que as concentrações de metano na atmosfera marciana varia muito, de 0,24 ppb a um máximo de 0,65 ppb. E a variação é sazonal, com o pico ocorrendo próximo do verão marciano do hemisfério norte.




Essa forte sazonalidade exclui a possibilidade de que meteoritos poderiam ser responsáveis pelo metano em Marte. Chris Webster e seus colegas acham que o metano está vazando continuamente de reservatórios subterrâneos e depois se ligando a partículas do solo ao chegar na superfície. Durante as épocas de calor, mais metano é liberado no ar.

O metano é destruído pela luz ultravioleta em algumas centenas de anos. Ou seja, todo o metano detectado pela sonda Curiosity foi provavelmente criado a pouco tempo. Mas se o metano estava preso no subsolo, tem uma chance de ser algo muito antigo.

Pôr do Sol em Marte - Curiosity - metano
Pôr-do-Sol em Marte registrado pela sonda Curiosity.
Créditos: NASA

"Esses reservatórios subterrâneos podem ser feitos de metano antigo, ou podem ser feitos de metano novo que está sendo criado hoje", disse Webster. "Não podemos distinguir isso."




Mas logo surge a pergunta: "se os reservatórios fossem de metano antigo, como eles conseguem continuar produzindo metano por tanto tempo?"




Segundo Webster, nem mesmo a equipe cientifica responsável pelo estudo sabe distinguir a origem do metano marciano. Ele pode ser produzido por micróbios, ou por processos geológicos (como numa reação da água quente com certos tipos de rochas).


Conclusão

Essa não é a primeira vez que a NASA detecta a presença de moléculas orgânicas em Marte, e a presença de metano na atmosfera marciana também não é uma novidade.

Ainda assim, os novos resultados que acabaram de ser divulgados reforçam ainda mais uma potencial habitabilidade, ou seja, a ideia de que Marte já abrigou (ou ainda abriga) alguma forma de vida.




Como disse Ashwin Vasavada, cientista de projetos da missão Curisoity, "o que os novos estudos fazem, no mínimo, é aumentar nossa confiança de que haverá algo para ser encontrado nas futuras missões a Marte."


Imagens: (capa-Curiosity/NASA) / NASA / JPL-Caltech
07/06/18


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2 comentários:

  1. Que tipos de moléculas foram encontradas? Aminoácidos, açúcares ou moléculas maiores? A NASA divulgou?

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    1. Identificou hidrocarbonetos clorados, como clorobenzeno e diclorobutano, em amostras do solo perfurado.

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