Misterioso 'Planeta X' fica ainda mais real: descoberta de planeta anão reforça sua existência

descoberta de novo planeta anão e possibilidade do planeta x
Novo planeta anão indica (mais uma vez) a existência de um planeta 10 vezes mais massivo do que a Terra que pode estar "escondido" no Sistema Solar


Os cientistas acabam de encontrar outro forte indicador para a existência do Planeta Nove. Essa nova pista, chamada 2015 TG387 é um planeta anão que orbita o Sol a distâncias descomunais, no Sistema Solar Exterior, muito além de Plutão. Mas o que mais intriga os cientistas não é a descoberta desse novo objeto em si, mas sim as peculiaridades de sua órbita que parece ter sido moldada pela gravidade de um objeto muito grande - o hipotético Planeta 9, também conhecido como Planeta X. O artigo foi publicado no periódico The Astronomical Journal.



Em 2014, a descoberta de outro planeta anão também revelou evidências da existência do possível Planeta X. Em 2015, outro objeto descoberto mostrou as mesmas evidências. Até mesmo anomalias na trajetória da sonda Cassini indicavam o poder gravitacional de um outro objeto desconhecido.

"Esses objetos distantes são como migalhas de pão que nos levam ao Planeta X", disse o líder do estudo, Scott Sheppard, do Carnegie Institution for Science, em Washington, D.C "Quanto mais podemos encontrar, melhor podemos entender o Sistema Solar Exterior e o possível planeta que pensamos estar moldando suas órbitas - uma descoberta que redefiniria nosso conhecimento da evolução do Sistema Solar."

E 2015 TG387 é especial, pois foi descoberto por acaso, durante observações dos céus do norte e do sul, e não através de uma busca direcionada que pode produzir resultados tendenciosos.

Sheppard e seus colegas descobriram o objeto 2015 TG387 em outubro de 2015, usando o telescópio japonês Subaru, de 8 metros, instalado no topo do vulcão Mauna Kea, no Havaí. Os pesquisadores apelidaram o objeto "The Goblin", por causa da data de descoberta e do "TG" na designação provisória.




A equipe precisou de mais três anos para encontrar a órbita do "Goblin", o que foi feito com a ajuda do Observatório Las Campanas, no Chile, e do Discovery Channel Telescope, no Arizona, EUA.

novo planeta anão descoberto 2015 TG387 The Goblin
Imagem real do novo planeta anão descoberto 2015 TG387 - The Goblin.
As duas imagens foram feitas com apenas 3 horas de diferença.
Repare que as estrelas e galáxias ao fundo permanecem paradas enquanto o planeta anão 2015 TG387 se move.
Créditos: Scott Sheppard         /         Animação: Galeria do Meteorito

2015 TG387 faz sua trajetória ao redor do Sol de forma extremamente elíptica, chegando a cerca de 65 Unidades Astronômicas (UA) do Sol durante sua máxima aproximação (periélio) e se afastando até cerca de 2.300 UA em seu ponto mais distante do Sol (afélio). Unidades Astronômicas, ou simplesmente UA é a distância média entre a Terra e o Sol. Isso significa que 2015 TG387 está muito longe, e que ele leva 40.000 anos terrestres para completar uma única volta ao redor do Sol.

Apenas dois corpos conhecidos do Sistema Solar têm periélios mais distantes do que Goblin (2012 VP113 e Sedna), e apenas um se distancia do Sol mais do que o objeto recém descoberto (2014 FE72). Para se ter uma ideia, a distância máxima de Plutão não ultrapassa 49,3 UA.

Orbita do novo planeta anão descoberto The Goblin - 2015 TG387
Orbita do novo planeta anão 2015 TG387, apelidado "The Goblin".
Créditos: Roberto Molar Candanosa / Scott Sheppard / Carnegie Institution for Science

Tudo indica que o objeto 2015 TG387 é esférico, e mede cerca de 300 km de largura - o que o classifica como planeta anão. A cor e outras características físicas do objeto ainda são desconhecidas.

O que intrigou os cientistas ainda mais é a órbita de Goblin, que se assimila a órbitas de outros corpos extremamente distantes - um elemento chamado "longitude do periélio". Basicamente, as partes alongadas de suas órbitas elípticas estão agrupadas na mesma região, o que é consistente com a interação gravitacional do Planeta X.




A existência do Planeta X foi primeiramente proposta de forma científica em 2014 por Sheppard e Trujillo, para explicar as esquisitices nas órbitas de 2012 VP113, Sedna e alguns outros objetos trans-netunianos.

Em 2016, os astrônomos Konstantin Batygin e Mike Brown apresentaram mais evidências para um "perturbador invisível", que eles chamaram de Planeta Nove. Batygin e Brown sugeriram que este Planeta 9 pode ser 10 vezes mais massivo do que a Terra e orbitar o Sol numa distância assustadora de 600 UA, em média.

Ilustração artistica do hipotético Planeta X
Ilustração artística do possível Planeta X.
Créditos: Roberto Molar Candanosa / Scott Sheppard / Carnegie Institution for Science

No novo estudo, os pesquisadores também realizaram simulações em computador para testar como a interação gravitacional do Planeta X poderia influenciar a órbita de Goblin. Os resultados foram assustadoramente semelhantes a de outros estudos feitos com as órbitas de outros objetos distantes. "O que torna este resultado realmente interessante é que o Planeta X parece afetar 2015 TG387 da mesma forma que todos os outros objetos do sistema solar extremamente distantes", disse Trujilo.

Sobre a existência do Planeta X, Sheppard diz ter 85% de certeza de que ele está lá. Ele diz ainda que não é nada surpreendente o fato de nenhum astrônomo ainda não tê-lo encontrado.

"Onde achamos que o planeta está - a centenas de UA, se não 1.000 UA - até mesmo algo tão grande quanto Netuno seria indetectável para a maioria dos telescópios", disse Sheppard. O próprio planeta anão recém descoberto, o Goblin, só pôde ser encontrado porque ele está próximo do periélio, a cerca de 80 UA do Sol.




"E a maioria das nossas observações, até o momento, não conseguem enxergar objetos tão fracos e tão distantes. Cobrimos muito pouco do céu com a profundidade necessária para encontrar algo tão tênue", acrescentou. "Você pode esconder uma coisa muito grande no Sistema Solar exterior com muita facilidade."


Imagens: (capa-ilustração/Scott Sheppard/divulgação) / Scott Sheppard / Roberto Molar Candanosa / Scott Sheppard / Carnegie Institution for Science / Galeria do Meteorito / divulgação
03/10/18


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10 comentários:

  1. Será uma surpresa se não encontrarem o Planeta 9, visto a quantidade de dados que estão sendo coletados nos últimos anos, todos eles convergindo para a existência de tal planeta.
    Outra coisa interessante dessas descobertas de planeta-anões é a distância de órbita. Esse novo objeto encontrado, por exemplo, tem uma órbita que no seu ponto mais distante se afasta a mais de 345 bilhões de km do Sol. E ainda assim, isso representa menos de 5% da distância onde se encontra a hipotética nuvem de Oort, lá nos confins do Sistema Solar. Ou seja, estamos vasculhando ainda o nosso quintal, por mais distante que esse novo planeta-anão esteja de nós.

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  2. Vai demorar muito tempo para nós sabermos o que tem no nosso "quintal".

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  3. Para mim esse planeta poderia ser descoberto como Netuno,por meio de cálculos matemáticos,eles perceberam isso pela alteração de 1 objeto não de vários como nós estamos observando...

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    1. Com certeza eles (cientistas) já usaram dessa forma matemática pra tentar encontra-lo, se nós imaginamos que isso seria uma forma, imagine então eles que dedicam a vida nisso heheh, mas não deve ser tão simples assim, sei que Netuno foi descoberto dessa forma e ainda quando a astronomia era muito mais pobre tecnologicamente que hoje, mas levando em conta a distância que especulam onde o Planeta 9 esteja, com certeza é como encontrar uma agulha num palheiro, mesmo com a tecnologia de hoje.

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  4. Já posso ver o tumulto dos leigos/conspiracionistas quando encontrarem o Planeta 9, falando que é o Nibiru.. vai ser uma festa de imbecilidade da mesma forma que foi com a tal "explosão de Júpiter".. ainda sonho com o pessoal pesquisando sobre o assunto antes de sair compartilhando, ainda mais quando se refere à astronomia, que é tão pouco divulgada aqui no Brasil.

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    1. Ultimamente quase não tenho visto ninguém falar sobre essa questão. No máximo uma zoeira ou outra, mas ninguém falando a sério. Talvez falte um empurrãozinho, como a descoberta do Planeta 9, para animar os conspiracionistas outra vez. kkk

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    2. Esses caras só aparecem quando a oportunidade aparece, já que eles não tem embasamento em nada kkk mas já tem uns videos no youtube sobre Nibiru logo depois da descoberta desse planeta anão, aumentando as "evidências".. kkk

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  5. Quem afirma sou eu:

    NASA, ROSCOSMOS, AGÊNCIA ESPACIAL EUROPEIA, e todos os demais: mesmo gastando BILHÕES e BILHÕES de DÓLARES:

    Não conhecem nem 10% do MICRO MODELO ENERGÉTICO ATÔMICO TERMONUCLEAR que chamam primitivamente de ÁTOMO:

    E também 1%: do MACRO MODELO ENERGÉTICO ATÔMICO TERMONUCLEAR que chamam erradamente: de SISTEMA SOLAR.

    QUANTICAMENTE falando:

    Se não conhecem o "MICRO": também não conhecem o "MACRO".

    Impossível compreender os fenômenos-quânticos PROJEÇÃO QUÂNTICA, INVERSÃO QUÂNTICA, ENTRELAÇAMENTO QUÂNTICO, TUNELAMENTO QUÂNTICO e outros tantos:

    Desprezando conhecimentos energéticos, que chamam equivocadamente: de espirituais...

    TER CIÊNCIA: é ter conhecimento de algo...

    Os que possuem conhecimentos espirituais, também possuem: conhecimentos científicos...

    Essa foi: a minha grande sacada.

    Perceber que por brigarem, tanto os das religiões-estagnadas, quanto os das ciências-não-avançadas: chegaram a quase nada...

    E por ainda chamarem o 3° ELEMENTO do MACRO MODELO ENERGÉTICO ATÔMICO TERMONUCLEAR, erradamente de TERRA:

    Nada sabem sobre a importantíssima e indispensável ALQUIMIA ELEMENTAR CÓSMICA AVANÇADA, e muito mais:

    Desconhecem até mesmo: sua própria casa PROJETADA.

    Quem desconhece onde habita, sofre inquestionavelmente: de algum bloqueio mental.

    Não demorará muito, e todos verão: quem tem razão.

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  6. AVISO PRO COICE DE MULA:

    Coice: o que tu denominastes corretamente como VÁLVULA DESCOMPRESSORA DE PRESSÃO MAGMÁTICA, que chamam primitivamente de VULCÃO:

    Na já devastada INDONÉSIA, pelo TERREMOTO e TSUNAMI, mais um:

    Acabou de entrar em erupção.

    REAÇÕES: A AÇÃO...

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