Jatos associados ao buraco negro do centro da Via Láctea foram observados

Estudos mostram que os jatos estão alinhados com o eixo de rotação da Via Láctea

Por décadas os astrônomos têm procurado por um jato associado ao Sagittarius A*, o buraco negro do centro da Via Láctea, e finalmente, novos resultados dos telescópios Chandra e VLA o encontraram.

Jatos de partículas de alta energia são encontrados em todo o Universo, em pequenas e grandes escalas. Eles são produzidos por estrelas jovens e por buracos negros mil vezes maiores do que o buraco negro da Via Láctea. Eles desempenham um papel importante no transporte de energia, e na regulação da taxa de formação de novas estrelas.

"Nós estávamos muito ansiosos para encontrar um jato de Sgr A* , porque nos diz a direção do eixo de rotação do buraco negro. Isso nos dá pistas importantes sobre a história de crescimento do buraco negro", disse Mark Morris, da Universidade da Califórnia em Los Angeles e co-autor do estudo.

O estudo mostra que o eixo de rotação de Sgr A * está apontando em uma direção paralela ao eixo da Via Láctea, o que indica que o gás e a poeira têm migrado continuamente em Sgr A* nos últimos 10 bilhões anos. Se a Via Láctea tivesse colidido com grandes galáxias em um passado recente e seus buracos negros centrais tivessem se fundido, o jato poderia apontar para qualquer direção.

Créditos: NASA/CXC/UCLA / NRAO/VLA
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O jato está produzindo raios-X, que foram detectados pelo Telescópio Chandra, e emissões de rádio foram observadas pelo VLA. Além disso, a assinatura de energia, ou espectro em raios-X de Sgr A * se assemelha ao de jatos provenientes de buracos negros supermassivos em outras galáxias.

Os cientistas acreditam que os jatos são produzidos quando algum material que cai em direção ao buraco negro é redirecionado para fora. Sgr A * é atualmente conhecido por estar consumindo muito pouco material, e não é de estranhar que o jato pareça fraco. Um jato na direção oposta não é visto, possivelmente por causa dos gases ou pela poeira que bloqueiam a linha de visão da Terra, ou então, pela falta de material para abastecer o jato.

Os astrônomos sugeriram que as bolhas gigantes de partículas de alta energia que se estendem para fora da Via Láctea e que foram detectadas pelo telescópio de raios-gama Fermi, da NASA, em 2008, são causadas por jatos de Sgr A * que estão alinhados com o eixo de rotação da galáxia. Os últimos resultados do Telescópio Chandra suportam esta explicação.

O buraco negro supermassivo do centro da Via Láctea é cerca de 4 milhões de vezes mais massivo que o nosso Sol, e está a uma distância de 26.000 anos-luz da Terra. As observações do Telescópio Chandra neste estudo foram feitas entre Setembro de 1999 e Março de 2011, com uma exposição total de cerca de 17 dias.



Fonte: NASA / MSFC / Sciencedaily
22/11/13

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