Os 'Fantasmas da Via Láctea' foram mapeados pela 1ª vez!

Os 'Fantasmas da Via Láctea' foram mapeados pela 1ª vez!

Utilizando o observatório IceCube os cientistas conseguiram mapear a emissão de neutrinos da nossa Galáxia

Observar o Universo através da luz visível, apesar de magnífico, podemos dizer que é uma visão limitada. Dentro de todo o espectro magnético, os nossos olhos conseguem enxergar apenas uma pequena faixa chamada luz visível. E para conhecer o Universo de outras formas, criamos mecanismos para observá-lo através de rádio, raios-x, raios gama, etc...


Mas existe uma outra partícula que não é de radiação, mas sim de matéria, que não conseguimos enxergar e nem detectar (pelo menos, não de forma fácil). Essa partícula chamada Neutrino foi apelidada de "partícula fantasma" por vários motivos: ela está por toda parte, viaja de forma rápida, atravessa a matéria sem interagir com ela, e não pode ser detectada de forma fácil.

Mas agora, utilizando o Observatório The IceCube, os cientistas conseguiram não apenas detectar os neutrinos como também criar um mapa de "partículas fantasmas" da nossa Galáxia, a Via Láctea.

Mapa da Via Láctea na luz visível e através dos neutrinos -em azul- - NSF - IceCube
Mapa da Via Láctea na luz visível e através dos neutrinos (sobreposto em azul).
Créditos: NSF / IceCube

Isso só foi possível graças ao observatório The IceCube. Esse observatório é basicamente um cubo gigantesco de gelo glacial da Antártica, com uma dimensão de 1 km cúbico.

O detalhe é que, raramente (muito raramente) o neutrino vai interagir com alguma matéria. Quando isso acontece, um flash de luz é liberado.

Instalando detectores de neutrinos (que conseguem captar esse flash de luz minúsculo que dura milésimos de segundo) por toda a extensão desse cubo de gelo, os cientistas conseguiram não apenas detectar 60.000 interações de neutrinos com o cubo de gelo, mas ainda detectar um certo rastro que eles deixavam.

Com ajuda de Inteligência Artificial e Machine Learning, foi possível traçar a origem de cada um dos neutrinos que interagiu com a matéria liberando aquele flash de luz. Com isso, o primeiro mapa de neutrinos da Via Láctea foi criado.
Acima vemos a Via Láctea através da luz visível - abaixo vemos a Via Láctea através do mapeamento dos neutrinos
na imagem superior vemos a Via Láctea através da luz visível,
e na imagem inferior vemos a Via Láctea através do mapeamento dos neutrinos.
Créditos: NSF / IceCube

"Os neutrinos de alta energia são produzidos em ambientes onde as partículas são aceleradas a energias extremas. A detecção de neutrinos de alta energia da Via Láctea aponta para o fato de que os /aceleradores da natureza existem em nossa própria galáxia," Dr. O'Sullivan, professor do Departamento de Física e Astronomia da Universidade de Uppsala, na Suécia.

Os neutrinos de alta energia vêm de locais que liberam muita energia, como o centro das estrelas, as explosões de supernovas, etc...

Estamos, portanto, vendo uma parte invisível do Universo que antes era impossível. Não observamos apenas através do espectro - agora conseguimos ir além e ver os verdadeiros "fantasmas" da nossa Galáxia.

Observar o Universo através dos neutrinos abre portas, pois eles podem revelar locais jamais vistos, o que permite estudar a nossa Galáxia de uma forma inédita.



Imagens: (capa-NSF) / NSF / IceCube / divulgação
29/06/2023


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