1.000 imagens combinadas criam uma fantástica viagem a Júpiter

Uma Viagem a Júpiter
91 astrônomos registraram imagens do maior planeta do Sistema Solar, e o resultado é surpreendente!

Antigamente, apenas agências espaciais e grandes observatórios rinham a capacidade de registar belas imagens e detectar objetos no espaço. Hoje em dia, qualquer pessoa que seja apaixonada pelo céu noturno, e que tenha algum dinheiro pra investir, poderá realizar suas próprias observações, e com um pouco de prática e muita paciência, suas próprias imagens e vídeos de planetas e outros objetos...

Astrônomos amadores estão cada vez mais ganhando espaço, seja na descoberta de cometas e asteroides, ou simplesmente no registro de planetas. No fim das contas, tudo isso ajuda os cientistas a entenderem melhor o nosso Sistema Solar, e até mesmo, o Universo em si.

Um vídeo que prova isso, chamado "A Journey to Jupiter" (Uma Jornada à Júpiter), foi montado a partir de imagens feitas por mais de 91 astrônomos amadores, e nos mostra a rotação, as nuvens.. enfim, toda a beleza do maior planeta do nosso Sistema Solar.




O vídeo criado por Peter Rosén (fotógrafo e artista digital sueco), é composto por mais de 1.000 imagens, todas feitas por astrônomos amadores espalhados pelo planeta. As fotos foram feitas em um intervalo de três meses e meio, entre 19 de dezembro de 2014 e 31 de março de 2015, porém, para se criar o vídeo, Peter Rosén e seus associados (Christoffer Svenske e Johan Warell) levaram mais de um ano. No fim da contas, o resultado é realmente impressionante!



Muito além da beleza

Para a maioria das pessoas, "A Journey to Jupiter" é um vídeo fantástico, pois mostra as belezas do gigante de gás do nosso Sistema Solar. Já para os astrônomos profissionais, o vídeo vai além disso, pois mostra os padrões climáticos de Júpiter, assim como a movimentação de suas nuvens equatoriais e polares, a evolução da Grande Mancha Vermelha e de outras tempestades. São 250 rotações, ou seja, 250 dias jupiterianos.


"Eu estou no mundo da Astronomia desde a adolescência, no início dos anos de 1970. Me apaixonei imediatamente pela astrofotografia, e mais especificamente, em fotografar os planetas", disse Peter Rosén. Ele diz ainda que a astronomia é uma paixão pra vida toda, e que esse projeto já estava sendo idealizado há algum tempo. "...as fotografias mostram as mudanças de Júpiter, mas criar uma animação das nuvens de Júpiter e revelar sua dinâmica é empolgante."




"A Journey to Jupiter" também foi uma contribuição para a missão Juno Pro-Amateur Collaboration Project, cujos esforços buscam conectar astrônomos amadores e profissionais a contribuir para a exploração espacial. Em 2016, o grupo se encontrou em Nice, na França, em um workshop dedicado a projetos e técnicas relacionadas a observações de Júpiter.

A Journey to Jupiter
Um frame do filme "A Journey to Jupiter". Créditos: Peter Rosén et al

O vídeo carrega um grande valor científico, e mostra por exemplo, a natureza turbulenta da atmosfera de Júpiter com detalhes grandiosos para um estudo. Segundo Ricardo Hueso Alonso, físico da Universidade de Basque Country e membro do Laboratório e Observatório Planetário Virtual, o mapa será utilizado para medir a velocidade dos ventos de Júpiter em diferentes latitudes.

Outro fato interessante é que esse vídeo não é o primeiro trabalho do tipo feito por Peter Rosén. Em 2013, Peter e seis amigos astrônomos amadores suecos, inspirados pelas imagens feitas pela sonda Voyager 1 durante seu encontro com Júpiter (que durou 28 dias, em 1979), recriaram um "novo encontro" com o gigante através de mais de 1 milhão de frames, feitos em 90 dias de observações com seus telescópios pessoais.

Voyager 3 from Peter Rosén on Vimeo.

As imagens foram combinadas e melhoradas através de softwares (como Winjupos, Photoshop CS6, Fantamorph, and StarryNightPro+), e em 2014, o vídeo "Voyager 3" (em homenagem a missão Voyager) foi publicado na internet. Ele simula o que seria um terceiro encontro de uma sonda Voyager com o maior planeta do Sistema Solar.




Hoje em dia, graças a disponibilidade de equipamentos sofisticados como telescópios, câmeras fotográficas e softwares de imageamento, astrônomos amadores ao redor do mundo podem contribuir significativamente para a ciência planetária, além de engajar todo o público a se interessar pelo assunto. Quando o assunto é Astronomia, podemos dizer que estamos vivendo uma era de ouro!


Imagens: (capa-divulgação/Peter Rosén) / Peter Rosén et al / divulgação
13/03/17

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3 comentários:

  1. QUE MATÉRIA MARAVILHOSA, QUE MATERIAL MAIS QUE ESPECIAL QUE ESSA TURMA JUNTOU POR ANOS. PARABÉNS A TODOS OS ASTRÔNOMOS AMADORES QUE CONTRIBUÍRAM. PARABÉNS AO GDM POR DISPONIBILIZAR A TODOS NÓS.\o/

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  2. Quando vejo um trabalho tão lindo como este fico imaginando Galileu com seu telescópio (rústico) observando o gigante gasoso e descobrindo as quatro maiores luas! Um Homem a frente de seu tempo! Realmente a Astronomia/Astrofotografia amadora está cada vez mais acessível e surpreendete. A internet ajuda muito quem quiser correr atrás e aprender. Valeu GDM por divulgar este trabalho maravilhoso!

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  3. Demais! Fico pensando cá comigo... Os cientistas nunca cogitaram, por exemplo, em fazer uma analogia: A Terra sendo composta de materia rochosa, abriga seres de matéria tão densa quanto. E Júpiter, sendo de matéria gasosa, será que não abrigaria seres tão rarefeitos quanto? A se pensar...

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