Kepler-78b: Um mundo misterioso põe em xeque nossos conhecimentos astronômicos




O planeta Kepler-78b "é um completo mistério", diz o astrônomo David Latham, do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica (CfA). "Nós não sabemos como se formou ou como ele pôde ter chegado a esse ponto. O que nós sabemos é que ele não vai durar tanto tempo."

De acordo com os cientistas, Kepler-78b é um planeta que não deveria existir. As teorias atuais de formação desse planeta não encontram uma resposta para explicar como ele se formou tão próximo de sua estrela, ou então, como ele se moveu para bem próximo da mesma. As temperaturas oscilam entre 1.500 e 3.000°C, e tem a características muito parecidas com a Terra, em tamanho e massa.

Lançado em 2009 pela NASA, o telescópio espacial Kepler descobriu, durante sua missão, bilhões de candidatos possíveis entre os planetas rochosos. Embora seja relativamente fácil determinar o tamanho de um exoplaneta, é muito mais complicado conhecer suas características.

Kepler-78b é uma exceção à regra porque sua órbita é muito próxima de sua estrela, cerca de 1.5 milhão de quilômetros, e por isso a sua temperatura é "infernal". E não pára por aí. Ele percorre uma volta completa ao redor de sua estrela em apenas 8 horas e meia.

Essa particularidade permitiu que os pesquisadores calculassem sua massa, entre 1,69 e 1,86 massas terrestres, segundo estudos publicados nesta quarta-feira na revista Nature. Isso dá a ele uma densidade quase idêntica à da Terra, ou seja, 5,5 gramas por centímetro cúbico. Essa densidade indica que Kepler-78b, assim como o planeta Terra, é provavelmente formado por rochas de ferro.

Comparação de Kepler 78b com a Terra.
Ilustração: David A. Aguilar (CfA) . Clique na imagem para ampliar


"Kepler-78b vai acabar em uma colisão com sua estrela muito em breve, astronomicamente falando", comenta o astrônomo Dimitar Sasselov. "Ele não poderia ter se formado no local onde está, porque você não pode formar um planeta dentro de uma estrela. Ele também não poderia ter se formado mais longe e ter migrado para o interior, porque se isso tivesse acontecido, ele teria ido de encontro com sua estrela. Este planeta é um enigma ", explica Sasselov.

Segundo o astrônomo Drake Deming, da Universidade de Maryland nos Estados Undos, a existência desse planeta hostil, mesmo que não represente uma possível habitabilidade, tem pelo menos o mérito de mostrar que planetas extrassolares com uma constituição semelhante à da Terra não constituem um fato extraordinário na Via Láctea, e que é possível encontrar alguns com critérios mais compatíveis para alguma forma de vida.

Curiosamente, um  planeta como esse pode ter existido em nosso próprio Sistema Solar, e ter sido destruido há muito tempo, sem deixar sinais de sua existência para os astrônomos de hoje.

Kepler-78b orbita uma estrela semelhante ao Sol, do tipo-G, que se encontra a 400 anos-luz da Terra na constelação de Cygnus.

Com sede em Cambridge, Massachusetts, do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica (CfA) é uma colaboração conjunta entre o Observatório Astrofísico Smithsonian e o Observatório de Harvard. Cientistas do CfA, organizarams seis divisões de pesquisa para o estudo da origem, evolução e destino final do Universo.

Como diría Marcelo Gleiser, astrofísico brasileiro docente da renomada Universidade Dartmouth College, -"a boa ciência é avessa aos dogmas"-, inclusive (e principalmente) àqueles impostos pela própria ciência.



Fonte: Cfa / DailyGalaxy / UniverseToday
31/10/13

18 comentários:

  1. Como sempre estamos descobrindo que não sabemos de nada!

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    1. E comprovando o que Sócrates dizia.

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    2. Verdade! Só vejo o pessoal descobrindo novos mundos e Quando vai ver não tem nada "O QUE VER". Ou é congelado ou quente demais! BOM COMENTÁRIO!!!
      PARABÉNS.

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    3. Creio que ele não se aproximou da estrela, mas a estrela que expandiu até que a distância ficasse pequena.
      Este fenômeno também teria acontecido com nossa estrela no passado e causou a eliminação das acamadas externas de Mercúrio, onde hoje só restam o núcleo e uma estreita faixa de terra por cima.

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  2. O planeta não é um enigma, ele tem o seu PODER !

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  3. Grande Pedro Figueira, continua com as descobertas, grande abraço amigo

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    1. Pedro Figueira???????????

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    2. Foi quem o descobriu, faz parte da equipa de investigação da universidade do Porto, mais aqui http://www.astro.up.pt/divulgacao/index.php?WID=461&Lang=pt&CID=1&ID=224

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  4. É a mesma coisa que irá acontecer com a terra daqui uns anos.. O mesmo jeito que aconteceu com esse planeta vai acontece no fim do mundo.. k k k

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  5. entretanto seria muito mais provável que sua estrela tenha aumentado de tamanho e densidade .... assim explica o fato do planeta ser tão próximo a ela, algo que daqui a bilhões de anos vai acontecer com o sol e a Terra, intrigante fatos tao parecidos ocorrerem.

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  6. pode aver variaveis tipo tá longe para afirmar que é isso realmente
    depois vem uma pequena materia dizendo que estavão errados como o caso dos neutrinos mais rapidos que os fotons

    ou tem algo o puxando para fora em quanto a estrela puxa para dentro uma estrela irmã um buraco negro bem longe no ponto certo

    essa é minha opinião : sim eu sei a potencia da camera do telescopio

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  7. deve ter migrado de outro local no espaço e a gravidade da estrela ter pego ele

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  8. Eu acredito que esse sol era menor depois com o tempo ele creseu e ficou muito perto de esse planeta e apenas o que eu acho

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