Cometa Lovejoy é atingido por tempestade solar, e sua cauda é deformada

Você pode até conferir o impacto do vento solar com o cometa no quintal de sua casa!

Observadores do brilhante cometa Lovejoy (C / 2014 Q2) estão relatando uma atividade sinuosa e diferente na cauda azul de íons do cometa, que pôde ser vista por diversas pessoas ao redor do mundo. No dia 13 de fevereiro, Michael Jäger de Dorfstetten, na Áustria, utilizou um telescópio no quintal de sua casa para capturar essa onda de plasma em sua cauda, parte mais afastada do núcleo do cometa:

cometa lovejoy cauda deformada
Foto mostra a cauda de íons (azul) do cometa C/2014 Q2 Lovejoy e sua deformação causada pelo impacto do vento solar.
Créditos: Michael Jäger


O que fez isso com o cometa Lovejoy?

Essa curiosa onda pode na verdade ser um sinal de uma tempestade magnética em andamento. Diversos observadores de cometas testemunham frequentemente esse tipo de interferência, que normalmente se devem a Ejeções de Massa Coronal (EMC) após explosões solares. As rajadas de vento solar, em casos extremos, podem até arrancar completamente a cauda do cometa.

A física que torna isso possível é semelhante a de tempestades geomagnéticas na Terra. Quando os campos magnéticos em torno do cometa colidem com o magnetismo de uma EMC, eles podem se dobrar, fazer ondas, rupturas, ou até serem arrancados. Quando essas EMCs atingem a Terra, acontece um processo semelhante na magnetosfera do planetas, e dentre os efeitos, temos as auroras polares.




Os leitores que desejam acompanhar os efeitos do clima espacial no cometa Lovejoy devem olhar na direção da constelação de Andrômeda, bem ao norte do firmamento. Por conta de sua posição, este cometa é melhor observado no hemisfério norte, e a cada dia que se passa, mais ao norte ele se encontra.

mapa do cometa Lovejoy
Trajetória do cometa Lovejoy entre 30 de janeiro até 13 de março. Carta celeste para o hemisfério norte.
Créditos: SkyandTelescope      /      Clique na imagem para ampliar

O cometa está brilhando como uma estrela de quinta grandeza, o que o torna quase invisível a olho nu, mesmo em locais com céu muito escuro e sem poluição luminosa, porém, ele é um alvo fácil para telescópios e binóculos.




Fonte: Spaceweather / Michael Jäger
Imagens: Michael Jäger / SkyandTelescope
16/02/15

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