Estrelas jovens da Nebulosa de Orion estão impedindo a formação de outras estrelas

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Mais um segredo da Nebulosa de Orion é descoberto pelos cientistas


A Nebulosa de Orion é um dos objetos mais observados e fotografados do céu noturno. E não é pra pouco... Localizada a 1.350 anos-luz de distância, essa nebulosa é o berçário estelar mais próximo da Terra.



Por ser a mais observada, ela também é a mais estudada por astrônomos no mundo todo. Mas agora, uma nova descoberta vai na contra-mão do que pensávamos sobre formação de estrelas: o vento estelar de estrelas massivas recém formadas impedem a formação de outras estrelas da vizinhança.

A Nebulosa de Orion (M42) é muito fácil de ser encontrada. Basta olharmos para As Três Marias (que fazem parte da cintura da constelação de Orion) que já estamos de alguma forma olhando na direção dessa nebulosa. Com binóculos ou telescópios, é possível vê-la como uma nuvem cinza e difusa. Fotografias de longa exposição revelam sua cor roxa-avermelhada. Mas ao utilizarmos instrumentos mais potentes, é possível identificar várias características dessa nebulosa.

Nebulosa de Orion - binóculos versus fotografia de longa exposição
À esquerda vemos a Nebulosa de Orion acima das Três Marias (visão a olho nu ou com binóculos).
À direita vemos a Nebulosa de Orion através de uma fotografia de longa exposição utilizando um telescópio.
Créditos: Skatebiker / Wikimedia Commons / Miguel Claro / divulgação

Trata-se de uma região de densa formação de estrelas (uma nuvem molecular). Lá existem também discos protoplanetários, que irão formar os planetas que orbitarão suas estrelas. Durante sua formação, as estrelas ejetam uma grande quantidade de material (o vento estelar), inibindo a formação de estrelas ao redor. O estudo liderado pela estudante da Universidade Leiden, na Holanda, Cornelia Pabst, foi publicado na revista Nature.




A explosão de supernovas fazem com que algumas camadas das nuvens moleculares sejam aglutinadas, dando início à formação das estrelas. Isso não mudou. Porém, as rajadas de vento liberadas pelas estrelas que são formadas de início, criam uma espécie de bolha, ejetando material que poderia ser aglutinado para a formação de uma outra estrela próxima.

Nebulosa de Orion / NASA - ESA - Hubble Space Telescope
Nebulosa de Orion em alta definição.
Créditos: NASA / ESA / M. Robberto / Hubble Space Telescope / Orion Treasury Project Team

A pesquisa utilizou dados do Observatório Estratosférico de Astronomia no Infravermelho (SOFIA, na sigla em inglês). Um instrumento alemão chamado GREAT possibilitou a observação das camadas mais internas da Nebulosa de Orion. Eles também utilizaram dados dos observatórios espaciais Herschel e Spitzer.

Com isso, os cientistas conseguiram observar uma estrela recém-nascida chamada Theta1 Orionis C. O vento estelar liberado por essa estrela cria uma bolha ao seu redor que impede a formação de outras estrelas. Por outro lado, a camada mais externa dessa bolha faz com o material seja condensado, o que facilita a formação de outras estrelas. É como se as estrelas quisessem o seu espaço durante sua formação, e esse empurrão que elas dão, ajuda na formação de estrelas mais distantes.




Isso é apenas uma das coisas magníficas que estão acontecendo dentro dessas nuvens moleculares. Nosso Sol também se formou numa região parecida com essa. Todos os sistemas se originam ali. Talvez esse seja o motivo de acharmos tudo isso tão fascinante - é de lá que nós também viemos.



Imagens: (capa-Miguel Claro) / Skatebiker / Wikimedia Commons / Miguel Claro / NASA / ESA / M. Robberto / Hubble Space Telescope / Orion Treasury Project Team / divulgação
01/02/19


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