Meteorito que caiu no Paraná pode indicar origem do Sistema Solar

meteorito que caiu no Paraná pode indicar origem do Sistema Solar

Com 4,6 bilhões de anos a rocha espacial caiu em 1977 em Curitiba e ficou guardada como relíquia familiar, e só recentemente começou a ser estudada...

Um meteorito de tamanho considerável caiu em Curitiba, no Paraná em 1977, e acabou sendo coletado e guardado por uma família que o manteve em segredo até pouco tempo atrás.


Finalmente a rocha espacial começou a ser estudada, e os primeiros resultados já empolgaram os pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Trata-se de um meteorito do tipo condrito, que pesa mais de um quilo, mede cerca de 13 centímetros de comprimento e tem forma orientada, ou seja, que sofreu modificação em seu formato pelo atrito com a atmosfera e acabou ganhando formato de gota.


Esse tipo de meteorito com forma orientada é considerado relativamente raro. "Ele é diferente de tudo o que eu já vi antes" disse Fábio Machado, professor do Departamento de Geologia da UFPR em entrevista.

O professor também fez uma analogia com uma gota d'água para explicar o formato da peça: "Com o vento e com o carro em movimento, uma gota fica alongada, estirada. Com o meteoro é a mesma coisa. Ele estava em um vácuo e é atraído pela gravidade do planeta, quando entra em contato com a atmosfera da Terra, fica deformado em função do ar da atmosfera", explicou.

Meteorito do Paraná

"Esses condritos têm uma importância científica fundamental, pois não passaram por um processo de diferenciação química. A composição deles é original, do início da formação dos planetas", completou o professor Machado.

Segundo um artigo da própria Universidade, a Terra também é um condrito que sobreviveu à fase planetesimal. Seu núcleo tem a mesma composição de um siderito e o manto, de um acondrito. Porém inicialmente, quando no planeta só havia um mar de lava, sua composição era a de um condrito. 


"Por isso, para a ciência, os meteoritos desse tipo são extremamente importantes para entender melhor a origem do Sistema Solar, já que ainda existem muitas questões sem resposta nessa área", destaca o professor.


Segundo os pesquisadores, a família que guarda o meteorito presenciou sua queda, e viram quando ele destruiu parte do muro da casa. Desde então a rocha ficou guardada, o que preservou suas características químicas.

O único porém é que, em algum momento alguém decidiu envernizar o meteorito, o que pode ter comprometido algumas características externas... embora o verniz não seja recomendável, talvez nesse caso ele possa até ter ajudado a manter as características internas da rocha.

Condrulos do Meteorito do Paraná
Na imagem é possível ver os condrulos da rocha - esferas de minerais que medem de 2 a 4 mm.
Créditos: Fabio Machado / divulgação

A Universidade Federal do Paraná já começou a estudar uma amostra de 200 gramas que se quebrou com um impacto, e foi cedida pela família. Eles encontraram cristais de olivina e de ferro em sua composição, o que confirma sem sombra de dúvidas sua origem meteorítica.


Agora eles pretendem investigar mais profundamente sua composição química e mineralógica. Além disso seu formato pode nos dar informações importantes sobre a temperatura alcançada durante sua entrada na atmosfera, e portanto sobre sua velocidade.

Espera-se que em 6 meses os resultados sejam divulgados, nos oferecendo mais pistas sobre nosso Sistema Solar.



Imagens: (capa-Fabio Machado) / Fabio Machado / divulgação
08/10/2020


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2 comentários:

  1. Essa família tem um bilhete premiado há mais de 40 anos, devem ser bem de vida para não vendê-lo...porque não cai uma dessas lá em casa, nem me importaria com o susto.

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    1. Sim só o pedaço de 200g que a família cedeu para estudos deve valer um apartamento

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