Nunca havíamos encontrado água num lugar tão longe do Universo
Todos sabemos como a água é importante para a vida na Terra, e por isso ela
é sempre um dos elementos mais procurados pelos cientistas em outros locais
do Universo.
E agora, graças ao Super-Telescópio ALMA, no Chile, astrônomos finalmente
anunciaram a detecção de água mais distante do Universo, em uma
galáxia "muito muito distante", chamada SPT0311-58.
E além da água, a equipe liderada pelo Dr. Sreevani Jarugula, da
Universidade de Illinois, disse em comunicado que eles também encontraram
monóxido de carbono nessa região que é considerada um berçário de estrelas.
As descobertas foram feitas graças ao gigante telescópio ALMA (Atacama Large
Millimeter / submillimeter Array), no Chile, por uma equipe liderada pelo
Dr. Sreevani Jarugula, da Universidade de Illinois, e publicadas no 'The
Astrophysical Journal'.
Na realidade os cientistas dizem que essa galáxia é um sistema de fusão de
duas galáxias que estão colidindo, e sua dança gravitacional está juntando
os gases, criando muitas estrelas novas e, entre as estrelas, uma química
interessante está ocorrendo, como a formação de moléculas de água e
monóxido de carbono.
Nessas imagens do telescópio ALMA vemos as detecções de alguns elementos
nesse par de galáxias massivas que estão se fundindo muito, muito longe da
Terra, onde temos a formação de importantes elementos pra vida como a
conhecemos, como poeira, água e dióxido de carbono.
Essa animação mostra as observações do ALMA com as emissões de poeira,
água e dióxido de carbono na galáxia SPT0311-58.
Créditos: ALMA / ESO / NAOJ / NRAO / S. Dagnello / divulgação
A galáxia em questão está localizada a 12,88 bilhões de anos-luz da Terra, o
que significa que estamos vendo agora o que aconteceu por lá a 12,88 bilhões
de anos atrás. O Universo tinha menos de 1 bilhão de anos quando a luz
dessas moléculas de água foi emitida, o que revela que estamos tendo uma
rara visão de como muitas galáxias podem ter começado sua história no
Universo.
O Dr. Jarugula, responsável pelo estudo, afirmou que esta é
a galáxia mais massiva atualmente conhecida da época em que o
Universo era muito jovem. Ainda segundo ele, a região tem mais gás e poeira
em comparação com outras galáxias no Universo inicial, o que nos permite
entender melhor como esses elementos criadores de vida impactaram o
desenvolvimento do Universo inicial.
A luz de SPT0311-58 vem de uma época do Universo que ainda não
entendemos completamente, e essa descoberta nos diz que a água já era
um fator importante desde o início. É uma peça importante do quebra-cabeça
que pode nos ajudar a entender o que estava acontecendo no início do
Universo.
Ainda segundo o novo estudo, os novos dados não apenas fornecem respostas
sobre onde e a que distância a água pode existir no Universo, mas também
levanta uma grande questão: como tanto gás e poeira se juntaram para formar
estrelas e galáxias tão cedo no Universo?
A resposta, disse o Dr. Jarugula, depende de novas pesquisas mais
aprofundadas sobre como essas galáxias formadoras de estrelas contribuíram
na evolução estrutural do Universo primitivo.
E com certeza o Telescópio ALMA continuará a nos surpreender com novas
informações vitais na compreensão do Universo nos revelando imagens de um
passado muito distante que sempre nos dá pistas sobre o futuro.
Imagens: (capa-ilustração/ALMA) / ALMA / ESO / NAOJ / NRAO / S. Dagnello
/ divulgação
26/11/2021
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