Planeta orbitando 3 estrelas pode ter sido descoberto pela primeira vez!

planeta orbitando 3 estrelas

Até hoje não conhecemos outro sistema estelar triplo com um planeta que orbita todas as estrelas

GW Orionis, ou GW Ori, é um sistema estelar triplo localizado na constelação de Orion, o Caçador. Um disco protoplanetário massivo circunda o sistema estelar triplo. Este disco é uma região densa de gás e poeira que sobrou da formação dessas estrelas jovens e ainda não foi soprado por seus ventos estelares.


A razão pela qual os cientistas o chamam de disco protoplanetário é porque o material restante pode se aglutinar e formar planetas. O disco protoplanetário de GW Ori tem uma lacuna proeminente dentro dele, e os cientistas anunciaram agora que acreditam que existe um planeta dentro dessa lacuna. Se confirmado, seria o primeiro planeta conhecido que orbita três estrelas.

Os cientistas publicaram seu estudo em 17 de setembro de 2021, na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.


Primeiro planeta com três sóis?

Esse possível planeta que orbita 3 estrelas está a cerca de 1.300 anos-luz de distância de nós. Os cientistas já viram discos protoplanetários em torno de estrelas antes. E em 2013 o Observatório ALMA já tinha registrado um disco protoplanetário em torno de uma estrela distante. Mas o disco protoplanetário de GW Ori é muito diferente.

GW Orionis - sistema triplo com possível planeta orbitando as 3 estrelas
Imagem composta registrada com o Observatório ALMA e o instrumento SHPERE do VLT
mostra o disco de gás e poeira em torno das estrelas do sistema GW Orionis.
Créditos: ESO / Exeter/ Kraus et al. / ALMA / NAOJ / NRAO

Esse disco envolve não uma, mas três estrelas, e tem uma estrutura em anel deformada com uma grande lacuna. Os pesquisadores usaram modelos de computador para simular o sistema estelar único. Eles também consideraram a ideia de que a lacuna poderia ser um subproduto do torque das três estrelas se puxando. A outra opção era que poderia ser um planeta ou planetas com massa suficiente para criar esse espaço no anel de poeira.

Ao final, as simulações mostraram que o torque gravitacional das três estrelas não seria suficiente para causar a quebra do disco. Os cientistas concluíram então que a lacuna é mais provável devido a planetas não detectados.

"Pode ser a primeira evidência de um planeta que orbita três estrelas abrindo uma lacuna em tempo real", disse Jeremy Smallwood, autor principal do estudo, da Universidade de Nevada.


Planetas em sistemas estelares triplos

Os planetas suspeitos não são os primeiros encontrados em sistemas estelares triplos. Mas os planetas encontrados nesses outros sistemas orbitavam apenas uma das estrelas, não todas as três estrelas. Como os cientistas explicam no artigo, "as observações mostram que a maioria das estrelas se formam em regiões relativamente densas dentro de aglomerados estelares, levando naturalmente a sistemas binários ou triplos. Estima-se que mais de 40% a 50% das estrelas estão em um par binário, enquanto cerca de 20% são observadas em sistemas triplos ou de ordem superior. Até o momento, foram encontrados planetas em 32 sistemas estelares triplos. No entanto, ainda nenhum planeta em uma órbita circuntripla foi descoberto.

A lacuna no disco de GW Ori encontra-se a 100 unidades astronômicas (UA) de suas estrelas centrais. Compare isso com Plutão, que está a cerca de 40 UA do sol. Ou os intrépidos viajantes Voyager 1 e 2, que estão a 150 e 125 UA do Sol. [1 UA (Unidade Astronômica) equivale a distância média entre a Terra e o Sol]


Das três estrelas no sistema GW Orinis (chamadas A, B e C), as estrelas A e B estão separadas por cerca de 1 UA apenas, enquanto a estrela C está a 8 UA mais distante. O disco protoplanetário em torno dessas estrelas é enorme, com a região de poeira se estendendo por 400 UA, enquanto as regiões gasosas chegam a 1.300 UA. As estrelas neste sistema são muito jovens, tendo apenas cerca de 1 milhão de anos.

O próximo passo será procurar um planeta ou planetas no disco para confirmar as simulações de computador dos cientistas.



Imagens: (capa-ilustração/ESO) / Exeter/ Kraus et al. / ALMA / NAOJ / NRAO
01/10/2021


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